Economia Política e Luta de Classes

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Professor de Economia Política da Universidade Estadual do Ceará - UECE e Universidade de Fortaleza - UNIFOR

quinta-feira, setembro 07, 2006

Pensando Com Marx (Livro)

Prolegômenos De Uma Leitura Crítica

1. O Ponto De Partida

Segundo semestre de 1984. Naquele verão, o autor, juntamente com dois outros companheiros, Manfredo Araújo de Oliveira e Francisco Auto Filho, reuniram-se para discutir um projeto de leitura de O Capital e como fazer esta leitura. Chegou-se a aventar que ela deveria ser precedida de uma investigação das origens do pensamento marxiano, o que demandaria um estudo da filosofia alemã, da economia política inglesa e da teoria do socialismo francês. Embora sendo um projeto extremamente ambicioso, entretanto, não foi de todo descartado. Sabia-se que O Capital não é um livro de fácil leitura, porque nele a filosofia e a economia estão imbricadas, a tal ponto que não é possível aos leigos em filosofia fazer uma análise rigorosa do Marx de O Capital. Se essa dificuldade se apresentava como obstáculo para os não-filósofos, para aqueles não afeitos à economia se colocava resistência semelhante. Parecia assim que se estava diante de uma aporia: por onde começar?
Essa dificuldade era uma antecipação, talvez inconsciente, dos percalços que o grupo de estudo iria enfrentar mais tarde: a relação entre filosofia e economia em O Capital. Como se sabe, trata-se de uma relação extremamente complexa e que, por isso mesmo, tem sido objeto de tematização por muitos estudiosos. Maurice Godelier[1], por exemplo, pensa essa relação partindo da investigação do que chama de os dois métodos de Marx: o método hipotético-dedutivo e o método dialético. Na interpretação de Ruy Fausto[2], a razão (filosófica) presta contas ao entendimento (economia) impedindo que ela se autonomize e alce vôos especulativos, tal como ocorre com a Lógica de Hegel. Também é digno de nota o trabalho de Marcos L. Muller, que procura investigar a dialética enquanto método de exposição em O Capital.
Sendo a relação entre filosofia e economia objeto de tanta tematização, compreende-se então as dificuldades encontradas pelo grupo de estudo no início de seus trabalhos. Apesar de tudo isso, o grupo encontrou um meio para enfrentar essas dificuldades: fez-se um casamento sincrético entre a filosofia e a economia. Caberia aos filósofos explicitar a filosofia e o método implícito em O Capital e aos economistas, dentre os quais se inclui o autor, expor o pensamento econômico de Marx. Para isso, acordou-se que se deveria, antes, recuperar o caminho feito por Marx no campo da economia política. O trilhar desse caminho começou com a leitura dos assim chamados pré-clássicos: William Pety, David Hume e François Quesnay. Em seguida, passou-se ao estudo de Adam Smith, David Ricardo, Malthus, chegando até Jean-Baptiste Say e Bentham.
Encerrada essa fase, partiu-se para o estudo de algumas obras de juventude de Marx, incluindo aí os Manuscritos Econômico-Filosóficos e A Ideologia Alemã. Esse estudo foi complementado pelo leitura de livros e textos que discutem a dialética da relação entre o jovem e o velho Marx.


_______________________
[1] Maurice GODELIER, Racionalidade e Irracionalidade na Economia, Rio de Janeiro, Edições Tempo Brasileiro Ltda.
[2] Ruy FAUSTO, Marx: Lógica e Política, São Paulo, Editora Brasiliense S.A., 1987, Tomos I e II

Para ler o documento completo, basta acessar o arquivo "PensandocomMarx.doc", clicando no link abaixo e digitar a senha "economia":

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